domingo, 3 de abril de 2016

A criança e a natureza

No (re)encontro com a natureza as crianças aprendem a construir relações positivas entre si, a desenvolver consciência ambiental, a apreciar e a valorizar as diferenças. 
Aprendem a orientar-se no espaço e a usar adequadamente os materiais. 
Desenvolvem a independência e o sentido de si, desenvolvem o sentido de pertença e o sentido de comunidade.
Deixam-se maravilhar pelo mundo que as rodeia! 
Do deslumbramento nasce o interesse e o desejo de descoberta. 
Fazem observações, partilham ideias e pontos de vista sobre a realidade. 
Descobrem a beleza das diferenças na natureza. As diferenças de cores, de cheiros, de texturas, de sons sensibilizam-nas para a diversidade. 
Os animais e as plantas que coabitam no espaço exterior da sala provocam outros diálogos.
Instaura-se a curiosidade, geram-se hipóteses, desperta-se o desejo de aprender sobre o mundo envolvente. 





-Vou conseguir saltar. (Daniela)
- Mas podes cair, cuidado! Também quero! (Soraia)
-Eu não tenho medo! (Maria)
-Vou encontrar bichinhos… (Tomás )
-É divertido procurar bichinhos...(Ba)



Estou a ver tudo vermelho! (Luís)
É por causa da tua lupa, menino! (Bea)
-Eu sei! (Luís)
-Estou a ver uma borboleta! Não consigo agarrá-la, ela foge! (Tomás )
Porque tem medo de ti!  (Maria )
E porque tem asas! (Tomás )



Escutando as crianças torno-me capaz de transformar cada experiência numa experiência com significado, em continuidade e interatividade e posso mediar a relação da criança com o mundo e com o conhecimento. 

Escutando as crianças posso intencionalizar a ação pedagógica com mais equidade e justiça, promover a participação efetiva de cada criança e do grupo, posso  fazer do quotidiano pedagógico um quotidiano mais democrático, mais responsivo e mais justo!

Acredito que ao construir um quotidiano democrático, responsivo e justo, estou a proporcionar condições para a construção de conhecimentos mas também estou a contribuir para a promoção de valores, atitudes e comportamentos que permitem às crianças desenvolver a compreensão crítica e a sua participação perante desafios que se colocam à construção de um mundo mais justo, inclusivo e solidário. 

Na verdade, procuro que a minha intervenção se edifique nos valores da democracia e da justiça social porque acredito que só uma intervenção pedagógica baseadas nos valores dos direitos humanos, da responsabilidade social, da igualdade de género e num sentimento de pertença a um só mundo podem ajudar a construir cidadão mais justos e solidários. Como refere Loris Malaguzzi (1998) 
Permitir à criança experiências e explorações da vida, do sentido, do significado é criar-lhes oportunidades para as suas expressões de urgências, desejos, confirmações, procuras, hipóteses, invenções. É criar oportunidades para a interação, para a solidariedade, para a comunicação consigo mesmo, com as coisas, com os outros.






1 comentário:

  1. Ola Ana

    Tanto silencio...está tudo bem?
    Já estamos com saudades de novidades

    Beijinhos e um bom Ano Letivo

    Ana Barroca

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